sábado, 14 de janeiro de 2017

A Importância do Zootecnista para as Prefeituras

Muitos municípios Brasil afora sofrem com a falta de planejamento no setor agropecuário e quem sempre acaba sofrendo com isso é o produtor, principalmente os pequenos. Estes criadores na maioria das vezes dependem da agricultura familiar para sobreviver e grande parte deles possuem pequenas criações de bovinos, caprinos, ovinos, aves e suínos e necessitam da orientação de profissionais capacitados que os ajudem a aumentar sua produtividade elaborando projetos que atendam suas necessidades e não possuem recursos para tal. Essa situação os leva a depender de profissionais vinculados ao poder público, neste caso em particular as Prefeituras.
Para o caso específico da produção animal, o profissional mais indicado é o Zootecnista que entre suas funções destacam-se de acordo com o Art. 3º alíneas a, b, c e d da obsoleta Lei Federal 5.550/68.

Planejar, dirigir e realizar pesquisas que visem a informar e a orientar a criação dos animais domésticos, em todos os seus ramos e aspectos; promover e aplicar medidas de fomento à produção dos mesmos, instituindo ou adotando os processos e regimes, genéticos e alimentares, que se revelarem mais indicados ao aprimoramento das diversas espécies e raças, inclusive com o condicionamento de sua melhor adaptação ao meio ambiente, com vistas aos objetivos de sua criação e ao destino dos seus produtos; exercer a supervisão técnica das exposições oficiais e a que eles concorrem, bem como a das estações experimentais destinadas à sua criação; participar dos exames a que os mesmos hajam de ser submetidos, para o efeito de sua inscrição nas Sociedades de Registro Genealógico.

Isso deixa claro que o Zootecnista é fundamental importância para o desenvolvimento dos municípios brasileiros uma vez que ele promoverá um acréscimo na renda destes produtores através do aumento da produtividade de seus rebanhos, criando com isso o aumento de vagas para empregos nessas propriedades o que certamente acarretará em geração de renda para outras famílias e consequentemente para os cofres municipais.
Más infelizmente a realidade não é essa, pouquíssimas prefeituras abrem concursos para Zootecnistas e quando o fazem oferecem pouquíssimas vagas além de ofertarem salários muito baixos sem contar que muitos prefeitos cometem o grave erro de achar que o Agrônomo ou o Veterinário fazem o mesmo trabalho do Zootecnista.
O que fazer para mudar? A resposta é simples, precisamos cobrar do Conselho de Medicina Veterinária mais divulgação de nossas atribuições profissionais para que essas informações cheguem aos prefeitos e desse modo aumente o número de vagas em concursos públicos para nós Zootecnistas que somos a pedra fundamental do Agronegócio brasileiro.

Zootecnista explicando para produtores a importância de se preservar
a pastagem e conservar forragem para o período seco 

Somente o Zootecnista é capaz de elaborar ração balanceada de forma
que o produtor atinja seus objetivos sem aumento dos custos

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Repost - Piso Salarial do Zootecnista

Escrito em MAIO/2014. VALORES ATUALIZADOS PARA 2017

Caro leitores,

    Atualmente estamos envolvidos pela briga necessária da separação do Conselho Federal de Medicina Veterinária - CFMV e na criação do nosso Conselho Federal de Zootecnia- CFZ só assim teremos informações, diretos e deveres regulamentados e esclarecidos da nossa classe.
     Entretanto não podemos ficar esperando a poeira sentar no sertão e sim arregaçar as mangas e cavalgar atrás do pelotão sendo assim estou propondo esta reportagem sobre o piso salarial do profissional Zootecnista.
       A Lei. 4.950 – a, de 22/04/66 regulamenta a remuneração dos profissionais Médicos Veterinários e Engenheiros Agrônomos,ela assegura o salário mínimo proporcional à jornada de trabalho e pode ser estendida por igualdade aos Zootecnistas, devido à correspondência análoga e similaridade de funções, sendo assim estes deveram receber pelos seus serviços prestados.

     
 I.            Para uma jornada de seis horas diárias, (6 x o salário mínimo de R$ 937,00)  = R$ 5.622,00 por mês;


   II.            Para uma jornada de sete horas diárias, (R$ 5.622,00 ÷ 180 horas = R$ 39,04 por hora normal de trabalho). Acrescenta-se 25%, à hora normal, para obter-se o valor de uma hora extra, o que é = R$ 39,04 x 30 (o equivalente à uma hora extra por dia, considera-se o mês de 30 dias, o que é = R$ 1.171,25 + R$ 5.622,00, correspondentes às seis horas normais diárias) totaliza R$ 6.793,25 por mês;

III.            Para uma jornada de oito horas diárias, o que exige duas horas extras por dia, que soma 60 horas no mês x R$ 39,04 = R$ 2.342,40 + R$ 5.622,00 correspondentes às seis horas normais = R$ 7.964,40 por mês.

Estamos recebendo estes valores?

         É obrigação das entidades representativas de classe, sindicatos e sociedade proteger e brigar pela manutenção e aumento do salário mínimo profissional. Desse modo vale destacar a importância dessa reportagem assim como eu, muitos profissionais principalmente recém-formados na hora de definir qual é o valor justo não sabe esclarecer quanto vale nosso trabalho e por isso ficamos a mercê de terceiros na confecção do salário. Há poucos dados a respeito do piso salarial pago atualmente aos Zootecnistas, muito menos informações se estes profissionais estão recebendo valores equivalentes ao recebidos por outras classes envolvidas no mesmo tipo de ocupação.
Jorge Serrão Filho é Zootecnista, graduado pela UEMA e
Mestre em Ciência Animal e Pastagens pela UFRPE.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Sem o Zootecnista não há peru de Natal

Durante a semana natalina é tradição não faltar um bom peru na ceia de Natal e o que pouquíssimas pessoas sabem é que por trás daquele peru suculento e saboroso existe a mão do Zootecnista.
O peru (Meleagris gallopavo) pertence a família Meleagrididae, é nativo da América do Norte e Central e geralmente apresenta penas de coloração variando do cinza ao preto, na parte distal a coloração é mais clara dando a esta ave um aspecto zebrado, possuem cabeça desnuda e os machos possuem penas diferenciadas na altura do papo, que podem se erguer ao mesmo tempo que a cauda para a conquista das fêmeas.

É uma ave de grande porte, podendo alcançar até 1,20 m de altura e podem ultrapassar 30 Kg. Desenvolvem-se rapidamente e respondem muito bem ao manejo nutricional que lhe for proporcionado. Sua produção de ovos não é abundante, limitando-se exclusivamente a perpetuação da espécie e o período de postura possui duração de aproximadamente 29 dias.

A produção de perus é altamente competitiva e especializada, exigindo grandes instalações que possam abrigar algo em torno de 1.000 a 25.000 aves alocadas em densidades acima de 60 kg/m² (três machos adultos/m²).

No Brasil, sua criação concentra-se nos estados da Região Sul, especialmente na região da Serra Gaúcha.
Devido ao aumento significativo do consumo de produtos oriundo da produção de perus, houve uma intensa industrialização de sua carne, aumentando desse modo a oferta de produtos como as lasanhas, patês e pizzas. Com isso o Brasil é o terceiro maior produtor e exportador de perus atrás apenas dos EUA e da União Européia produzindo cerca de 5,1% da produção mundial.

Para a criação dessas aves, é fundamental que se tenha uma dedicação constante, boa higiene, alimentação adequada e boas condições de manejo.
Não podem ser criados em locais úmidos. É fundamental mantê-los num local abrigado, protegidos da chuva, vento e sol, sem contato com o chão. O piso deve ser ripado ou forrado com serragem ou palha seca.
Fatores como a orientação das instalações, necessidade ou não de sombreamento, material utilizado tanto na cobertura como na estrutura do galpão devem ser analisados com o objetivo de fornecer as aves um conforto térmico adequado ao seu bem-estar.

Diante disso, o Zootecnista torna-se indispensável na produção comercial de perus para que estes cheguem a ceia natalina saudáveis e saborosos.

Bismarck Passos - Zootecnista

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

É tipo Zootecnia mesmo!

A Zootecnia e a Medicina Veterinária são importantíssimas para a produção animal e entendo que devam andar de mãos dadas sem que uma invada o espaço da outra. É fato que quando isso acontece os níveis produtivos tendem a crescer e muito. No entanto cerca de 95% ou mais dos produtores rurais não conhecem a Zootecnia e os poucos que conhecem na maioria das vezes opta pela contratação de um Médico Veterinário alegando que a Zootecnia é “Tipo Veterinária” e que por isso mesmo o Médico Veterinário acumula mais conhecimento que o Zootecnista, o que é uma inverdade.
A Zootecnia é uma profissão que difere e muito da Medicina Veterinária, a começar pela finalidade da profissão. Enquanto que o Médico Veterinário foca seus estudos na parte clínica e cirúrgica, o Zootecnista foca seus estudos para otimizar a produção de alimento e outros produtos oriundos dos animais (Carne, leite, ovos, pele, etc.). São três os pilares principais da Zootecnia: O melhoramento genético, a nutrição e o manejo dos animais. Dentro de cada pilar podemos encontrar infinitas áreas de atuação as quais o Zootecnista estuda por cinco ou cinco anos e meio (depende da grade curricular da universidade) para executá-las de forma perfeita de modo que o produtor rural tenha máxima eficiência e qualidade de produção a custos mínimos.
Para tanto além das disciplinas como Administração e Economia Rural, estudamos disciplinas como a Química (Orgânica e Analítica), Bioquímica, Citologia, Histologia, Fisiologia, Genética, Anatomia Animal, que vão nos auxiliar no conhecimento biológico dos animais para que com isso nós possamos estudar a bioclimatologia animal, Agrometeorologia, Construções Rurais que vão nos habilitar a promover um ambiente termicamente confortável para cada espécie animal e os conhecimentos em Genética permitem ao Zootecnista promover a melhor interação entre o genótipo dos animais e o ambiente em que eles se encontram para dessa interação maximizar seu potencial genético. Estudamos disciplinas voltadas ao solo para melhor entender de onde vem os nutrientes presentes nas plantas que vão ser alimento para os animais herbívoros e aliando esses conhecimentos do solo aos estudos botânicos e a bioquímica, estudamos Nutrição para balancear os nutrientes adequando a alimentação dos animais a sua aptidão genética.
E por fim, nossos conhecimentos em Administração e Economia rural nos auxiliam para podermos produzir com qualidade e escoar nossos produtos para os consumidores de forma rentável e sustentável. Enfim, NÃO É TIPO VETERINÁRIA, É TIPO ZOOTECNIA mesmo.



Bismarck Passos de Carvalho - Zootecnista

Zootecnia! O que é, de onde veio e para que serve...

A Zootecnia surgiu a partir do momento em que o homem começou a domesticar os animais para obter alimento e companhia. Ao retirar esses animais de seu habitat natural, o homem modificou seus hábitos alimentares e comportamentais aferindo modificações a estes que posteriormente foram transmitidas aos seus descendentes que não mais se adaptariam a vida selvagem passando a partir de então a serem animais domesticados.
O ensino da produção animal surge em meados de 1818 na França com a criação no Instituto de Versailles de uma disciplina destinada ao estudo dos animais domésticos denominada Zootechnie (Zootecnia em português). A expressão Zootecnia é inicialmente adotada apenas pelos povos de origem latina e alemã enquanto que os povos de origem inglesa adotaram a nomenclatura Animal Science. Apenas a partir da primeira metade do Séc. XX é que a expressão Zootecnia começou a ser empregada com mais intensidade chegando a ultrapassar as fronteiras ocidentais sendo traduzida para o mandarim como Shee Moo Shuey.
No Brasil, a Zootecnia tomou corpo em 1966 com a criação na PUC de Uruguaiana-RS do primeiro curso de graduação em Zootecnia e como profissão, foi regulamentada pela Lei Federal 5.550/68.
O Zootecnista estuda e desenvolve técnicas de produção animal que resultem em produtos de boa qualidade, desde a carne ao leite e seus derivados. Este profissional concentra suas ações no planejamento e na execução de projetos que compreendem toda cadeia produtiva, gerenciando o aprimoramento genético dos animais e otimizando os recursos e tecnologias disponíveis para uma maior rentabilidade ao produtor. Dentre as suas atribuições, destacam-se a pesquisa de nutrientes, o acompanhamento da fabricação e do controle de qualidade de rações e a criação de mecanismos que garantam a saúde e a higiene dos animais.